Uma noite de neve, uma manhã de “caos ” … Parte 2

Relembrando o final da primeira parte, o trem parou na primeira das próximas 19 estações e ficou parado por longos 15 minutos, com as portas abertas e deixando aquele delicioso friozinho de uma manhã coberta de neve entrar! 

Naquele passo levaria cerca de 6 horas para chegar no meu destino! Mas, fui mais otimista, mandei uma mensagem avisando meu chefe e resolvi ficar no trem esperando… Meu otimismo durou mais duas ou três estações. 

A cada nova estação, mais uma parada de 15 minutos, frio com as portas abertas e mais gente entrando. Já estava começando a ficar cheio de mais!

Pra resumir, faltando umas 10 estações a coisa começou a andar mais rápido, e também o vagão onde eu estava já começara a ficar  insuportavelmente cheio. Eu nunca havia visto tanta gente em um único metro quadrado. Contei umas 25 pessoas no mesmo que eu ocupava! Quase não dava para respirar…

Será que eles nunca ouviram a máxima que dois corpos não habitam o mesmo espaço na mesma fração de tempo?

Bom, não levei as seis horas que havia calculado, mas cheguei ao trabalho apenas 5 horas depois que sai de casa, pela manhã! 😱

O dia continuou frio, mas o tempo foi melhorando, o que também ajudou aos serviços de transporte retomarem sua rotina de operação, então, no final do dia, voltei para casa no tempo de costume. 

Bom, mas e o “caos”, você deve estar se perguntando, certo? Pois é! Não houve caos nessa história (graças a Deus). 

O que poderia ter sido um caos, ou seja, a falta do serviço de transporte que milhares de pessoas dependem diariamente, as pessoas enfrentando o frio, a neve, o cansaço pela espera em pé e o stress de chegar atrasado ao compromisso, nada disso foi motivo para que as pessoas perdessem a compostura e começassem a tumultuar as  entradas de estações, ruas ou mesmo dentro dos trens, que estavam transportando muito (mas muito) além de sua capacidade viável de passageiros.

O mais impressionante veio depois. No trabalho, as pessoas teciam pequenos comentários sobre o assunto, claro, mas de uma forma geral, o tema não foi motivo para as pessoas perderem seu foco, ou passarem o resto do dia jogando conversa fora. 

Normal. Nevou, o trem atrasou. A vida continua, vamos trabalhar e curtir depois.

Claro, ninguém estava feliz! Foi a primeira vez que vi (e passei) por tal situação nos quatro anos em que moro no Japão. Mas no fim, como diz o ditado, tudo deu certo! 🙂 

Enfim em casa, uma boa tigela de sopa quente (e deliciosa), feita pela Ari, me esperava. Yummi! 🙂

  
Ao melhor estilo Japão! 

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